domingo, 1 de abril de 2012

PENSANDO TECNOLOGIA E SOCIEDADE - PARTE I


Costuma-se interpretar tecnologia relacionando-a a máquinas, ao avanço do modo de produção, sustentando sua existência como uma forma de satisfação do usuário. A questão é que diversos autores pensam a tecnologia separada dos processos sociais, da sociedade, vendo nela uma significação em si mesma. Munford contesta a visão de que a máquina é sempre benéfica à humanidade. Na realidade, a tecnologia constitui-se num produto do pensamento e da criatividade que deveria ser colocado a serviço do homem, principalmente para esclarecer os conflitos sociais que se sedimentam neste século.

A criação de novas tecnologias gera um novo jogo de saberes e relações produzindo condições  políticas, sociais e econômicas diferentes das existentes. Nem por isso há uma separação entre o mundo tecnológico e o "mundo real" afinal há uma relação dialética entre esses que se constroem e alteram constantemente. 

Existem diversas teorias a cerca da tecnologia, mas não há uma ruptura entre elas. O cerne da questão, exposto em no texto, está na explanação sobre quais são as implicações da tecnologia em todos os aspectos da vida social.  Tapajós afirma que estas podem ser consideradas produto ou prática social; e para tal ela faz uma análise das tecnologias enquanto produto e prática social.

Hoje diversas teorias se baseiam na teoria de Umberto Eco quanto a analise da cultura de massas. Duas visões são apresentadas: a dos otimistas e a dos positivos. Os primeiros interpretam que a virtualização afeta a sociedade como um todo e a passagem pelo “surto tecnológico” levará a uma nova humanidade. Pensa-se na desterritorialização, ou seja, o abandono do aqui e do agora nessa virtualidade onde coexistem mentiras e verdades e que gera novas relações sociais, novos códigos e estruturas próprias.

Já os positivos veem tal avanço tecnológico como algo nefasto à sociedade pois cria perversos efeitos morais, políticos e culturais consequências das crises de referências, afinal as informações são mediatizadas e a urgência com que são repassadas acaba por gerar mais desinformação, ao passo que são superficiais. As instituições sociais não teriam força para controlar o fluxo de informações gerando “maior devastação teórica e moral da historia humana”. 


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