sexta-feira, 18 de maio de 2012

E o Serviço Social?!

   Como ja foi dito anteriormente no blog, as tecnologias de informação devem ser pensadas de maneira crítica. Apesar de todos os avanços positivos referentes ao surgimento e aprimoramento das tecnologias, temos problemas relacionados não somente à sua função de rentabilidade e aumento da produtividade,que gera desemprego, por exemplo, mas problemas relacionados à atuação profissional especificamente. 
   Nesse caso, temos o Serviço Social, que está inserido na sociedade e portanto reflete as condições e contradições da mesma. Atualmente, o trabalho do assistente social requer a utilização de sistemas, programas e softwares para gestão das informações referentes às suas específicas áreas de atuação. 
   Ao mesmo tempo, alguns desses sistemas podem ser mal utilizados e acabar substituindo o trabalho do assistente social, dando respostas automatizadas à problemas humanos e com isso, precarizando ainda mais o acesso aos direitos dos usuários. Uma coisa é termos críterios para inserção em benefícios, outra bem diferente é substituir o saber humano por números e configurações.
   O conservadorismo que ainda se mostra presente na prática de alguns profissionais pode se agravar com o uso dessas tecnologias. Somos profissionais que lidamos com seres humanos, em suas fragilidades e suas especificidades, portanto, a partir do  momento que temos uma máquina que decidirá e nos insentará da humanidade da profissão, esta não precisará mais existir.
   As tecnologias são um instrumento para a nossa ação profissional, mas assim como na vida pessoal, devemos pensar, e nesse caso, ainda mais profunda e criticamente, a quem ela serve? pra que ela foi criada?  E para mudarmos essa situação, é necessarios uma mudança na atitude e na cultura profissional, mostrando a importancia desse debate. Somente assim elas serão algo positivo para a nós enquanto profissionais, para nossos usuários e para a sociedade.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

PASSE LIVRE!


O Comitê pelo Passe Livre, Redução da Tarifa e Estatização do Transporte Coletivo convida a todos para o Cine-Debate que ocorrerá 
dia 08 de maio de 2012, 
às 19h30, 
na sala de eventos do CCH!
Nesse espaço será divulgado o novo filme do passe livre que aborda o histórico do movimento e as lutas que foram puxadas e que ainda tem muito caminho pelo frente!



Pelo direito à educação!




Por que serviço social não combina com ensino a distância? Existem vários motivos para repudiarmos tanto as privatizações quanto a expansão do ensino à distância, o principal deles é o fato de estes provocarem o desmonte do ensino.

Apesar da proibição jurídica à campanha “educação não é fast food” do conjunto CFESS-CRESS, nesse 15 de maio, os assistentes sociais se levantam novamente e gritam: Educação não é mercadoria!!!

O conjunto CFESS-CRESS tem-se posicionado e lutado contra a mercantilização da educação e principalmente com relação ao ensino superior e de todas as formas de sua precarização.  Primeiramente temos à organização econômica e social atual, ou seja, o capitalismo que incentiva a mercantilização e o lucro de todas as formas possíveis. Em um segundo momento, seguindo os preceitos e doutrinas do capital, temos o governo Dilma (PT) incentivando cada vez mais o aumento do numero de vagas para cursos à distância, visando o aumento no ranking que o Brasil ocupa com relação ao Ensino Superior, assim como a desresponsabilização do Estado em fornecer esse serviço e por fim abrir um novo mercado para a exploração capitalista. Como instrumentos para isso temos o ProUni, o Reuni, o Enade e o EAD.

Vivemos numa sociedade onde as escolas são burguesas e obedecem suas normas, principalmente no nível superior. Apenas 14,4% dos jovens estão inseridos no ensino superior, sendo que 74,24% desse total está em escolas particulares. Cria-se a ilusão da inclusão e do acesso a uma educação de qualidade. Apesar da função das escolas de todos os níveis na sociedade burguesa ser criar mão de obra qualificada para servir aos interesses do capital, entendemos que esta tem como função contribuir para transformar o indivíduo em sujeito político, capaz de modificar a sua realidade.

Além das privatizações crescentes das instituições de ensino públicas vem atrelada à inserção do ensino à distancia nesses espaços. No ano de 2010 o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão – CEPE – da UEL aprovou a Resolução CEPE nº 0051/2010, que institui essa modalidade dentro da nossa universidade. No ano de 2012 o prefeito Barbosa Neto/PDT apresentou um projeto de lei que perdoaria a divida de 70 MILHÕES DE REAIS da Universidade do Norte do Paraná – UNOPAR – e 7 Milhões/Ano de impostos municipais da mesma.

O ensino a distancia em larga expansão (no ano 2000 haviam 1.758 estudantes em 12 cursos. Em 2004, os números subiram respectivamente para 159.366 estudantes em 382 cursos) vem apenas para reforçar um padrão educacional que dissemina uma “educação” tecnicista, que reforça a exploração de uma minoria sobre a grande maioria da população. Houve uma redescoberta do curso de serviço social como nicho de valorização de um profissional que se formado dentro de escolas com visões conservadoras e alienantes que apenas é preparado para as requisições de mensuração e gestão/controle dos pobres. Para isso não interessa o debate sobre as diretrizes curriculares, sobre ética profissional, sobre atuação profissional. Basta produzirmos profissionais que preencham documentos e dados em sistemas informatizados que dirão sim ou não à demanda dos usuários.

Apesar do reconhecimento da modalidade de ensino à distancia pelo MEC, a categoria profissionais dos assistentes sociais continuam a lutar por uma real qualificação dos futuros profissionais e de qualidade no atendimento aos usuários desses serviços. Apesar das limitações da campanha do Conjuto CFESS-CRESS, não podemos negar sua importância. Sua limitação se dá por discutir questões voltadas somente à essa modalidade e suas implicações na formação profissional e futuro mercado de trabalho, sendo que não é o fim dessa modalidade de ensino nem a luta de apenas uma categoria profissional que solucionará os problemas referentes às violações dos nossos direitos fundamentais. A única solução é o fim desse sistema econômico. 

Ainda assim, nós estudantes nos unimos ao coro dos profissionais: 
EDUCAÇÃO NÃO É MERCADORIA
 Que tenhamos universidades públicas, laicas e gratuitas!